A Quaresma é, para a Igreja, o que a permanência de 40 dias no deserto foi para o Filho de Deus: um tempo mais intenso de exercício espiritual que prepare os cristãos para celebrar os grandes mistérios cristológicos, a paixão, morte e ressureição do Senhor. A memória desses eventos não pode ser improvisada; por isso a liturgia quaresmal, muito rica e significativa, objetiva a renovação interior do povo de Deus, para que ele possa colher e saborear os frutos da Páscoa. Mas isso só ocorrerá se no cronograma da Quaresma, houver espaço para conversão, para penitência, para a oração e para a vivência da caridade.
Tais exigências não sintonizam muito com perfil do ser humano moderno, pragmático, pouco interessado nos valores espirituais, individualista e resistente a tudo que pede esforço. É necessário, portanto, que os cristãos se convertam, vivam intensamente a Quaresma, a fim de converter esta sociedade que, a passos largos, foge do Ressuscitado e, cada dia mais se distancia do reino de Deus.
D. Geraldo Majella Agnelo
Cardeal Arcebispo de Salvador
Nenhum comentário:
Postar um comentário